Estado Pós-Ictal: A propósito de um caso clínico
Resumo
Introdução: O presente trabalho tem como objetivo relembrar conceitos de epileptologia e a pertinência
da intervenção psiquiátrica no período pós-ictal, pouco abordada na literatura.
Métodos: Breve revisão da literatura sobre o tema, utilizando as bases de dados PubMed e Medline.
Resultados: A delimitação clínica do período pós-ictal pode revestir-se de marcada dificuldade. É importante
a avaliação cautelosa da fenomenologia psiquiátrica e a sua categorização em ictal, periictal
ou interictal. O electroencefalograma (EEG) é um exame complementar ao diagnóstico de epilepsia
cuja sensibilidade pode deixar escapar quadros epiléticos e cuja delimitação do estado pós-ictal nem
sempre é fiável.
Discussão/Conclusão: A articulação entre o EEG e a clínica revela-se indispensável. A clareza da delimitação
do período pós-ictal é variável o que conduz, não raras vezes, à dúvida sobre a etiologia das
alterações do comportamento e à chamada da intervenção da Psiquiatria. A intervenção do psiquiatra deve
focar-se na tranquilização da agitação psicomotora e no reforço de uma otimização da terapêutica
antiepilética, visando o controlo das crises.
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PDFReferências
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