"AIDS TRAUMA AND SUPPORT GROUP THERAPY" Martha A. Gabriel, Free Press, New York, 1996
Resumo
A Drª Martha Gabriel é professora associada na Universidade de Nova York na escola de Serviço Social e foi supervisora de grupos de apoio durante oito anos na ´Gay Man’s Health Crisis´.
O livro que ela escreveu divide-se em cinco capítulos: Aids Trauma and Support Group Theory; Definition, Planning, Populations and Stucture for Support Groups with PWA; Special Issues and Considerations in Support Groups with PWA; Countertransference Reactions in Facilitators of PWA Support Groups; Secondary Traumatic Stress Reactions in AIDS Group Practicioners.
No primeiro capitulo é apresentada a conceptualização da Sida como um evento traumático e a capacidade terapêutica demonstrada pelos grupos de terapia de apoio através de três factores: ajuda mútua, ‘empowerment’ ou fortalecimento pessoal e estabelecimento de elos afectivos com os outros.
No segundo capítulo são apresentadas várias questões de ordem técnica a ter em conta na formação de um grupo de apoio a pessoas seropositivas, prestando atenção especial a casos de subgrupos populacionais como as mulheres, os toxicodependentes e os homosexuais.
No terceiro capítulo são abordadas cinco situações mais importantes neste tipo de grupos, a saber: a confidencialidade, o aparecimento de sinais de demênciação num dos elementos, a tuberculose, o suicídio e a morte de um dos elementos. Todas estas situações reais contribuem para a específicidade deste tipo de grupo de apoio e para as quais o dinamizador do grupo tem de estar preparado de antemão.
O quarto capítulo, que é um dos mais importantes, já que é abordado o conceitode contratranferência, elemento decisivo para que o condutor do grupo perceba através da identificação das suas próprias reacções e sentimentos o que o grupo está a comunicar e/ou o que um dos elementos do grupo possa estar a expressar em termos de vivência interna. Numa primeira parte é definido e ilustrado o conceito de contratransferência e os vários tipos de contratransferência segundo vários autores. Numa segunda parte é ilustrada a aplicabilidade deste conceito no setting grupal e a sua utilidade no manejo de situações mais frequentes nestes grupos de apoio, nomeadamente a angústia de morte, omedo de ser contagiado, a impotência, a raiva e a inveja.
O quinto capítulo é totalmente dedicado ás consequências nefastas que este tipo de trabalho continuado pode ter sobre os psicoterapeutas. È conceptualizado que os psicoterapeutas serão sujeitos a um processo de stress traumático secundário, socorrendo-se de conceitos tão variados como o de Burnout, Traumatização indirecta, Culpabilidade do sobrevivente, Anestesia psíquica, comcluindo-se que será importante e preventivo que cada psicoterapeuta tenha o apoio de um supervisor de grupo e também tenha o seu grupo de apoio.
É um livro que reflete a sua origens, nomeadamente na bibliografia que é quase na sua totalidade norte americana e na sua não filiação a uma escola de psicoterapia de grupo ou de grupanálise que lhe sirva de base inspiradora. Achamos que poderia ter havido uma melhor sistematização no que respeita á contratransferência e ao manejo de situações grupais típicas. Os capitulos dois e três em que são abordadas as questões práticas sobre a formação de um grupo e as situações mais importantes neste tipo de grupo deixa o leitor/futuro psicoterapeuta de grupo de sobreaviso para estas situações evitando ser apanhado desprevenido. Para quem já tem treino em psicoterapia de grupo este livro é válido sobretudo como uma experiência partilhada em que o terceiro capítulo é aquele que oferece maior novidade ao destacar as angústias mais frequentes vividas por seropositivos, mas que provavelmente e com a excepção dos sinais de demênciação todas terão a ver com a angústia e de morte e de separação.
Trouxemos hoje este livro com o intuito não só de o divulgar mas também de chamar a atenção para um vasto campo aonde os profissionais da saúde mental podem intervir. Lembrava que na instituição em que um de nós trabalha treze por cento das primeiras consultas são seropositivos subindo este número para trinta por cento se considerarmos só os que se injectam, isto é, um em cada três doentes quando chega á primeira consulta ou já sabe que é seropositivo ou fica a sabê-lo após os resultados dos exames analíticos. Se os números forem semelhantes nas outras instituições, representam um grande desafio não só aos responsáveis mas sobretudo aos técnicos. Que a leitura deste livro possa ser um modo de alguém iniciar uma intervenção psicoterapêutica junto destes doentes.
O livro que ela escreveu divide-se em cinco capítulos: Aids Trauma and Support Group Theory; Definition, Planning, Populations and Stucture for Support Groups with PWA; Special Issues and Considerations in Support Groups with PWA; Countertransference Reactions in Facilitators of PWA Support Groups; Secondary Traumatic Stress Reactions in AIDS Group Practicioners.
No primeiro capitulo é apresentada a conceptualização da Sida como um evento traumático e a capacidade terapêutica demonstrada pelos grupos de terapia de apoio através de três factores: ajuda mútua, ‘empowerment’ ou fortalecimento pessoal e estabelecimento de elos afectivos com os outros.
No segundo capítulo são apresentadas várias questões de ordem técnica a ter em conta na formação de um grupo de apoio a pessoas seropositivas, prestando atenção especial a casos de subgrupos populacionais como as mulheres, os toxicodependentes e os homosexuais.
No terceiro capítulo são abordadas cinco situações mais importantes neste tipo de grupos, a saber: a confidencialidade, o aparecimento de sinais de demênciação num dos elementos, a tuberculose, o suicídio e a morte de um dos elementos. Todas estas situações reais contribuem para a específicidade deste tipo de grupo de apoio e para as quais o dinamizador do grupo tem de estar preparado de antemão.
O quarto capítulo, que é um dos mais importantes, já que é abordado o conceitode contratranferência, elemento decisivo para que o condutor do grupo perceba através da identificação das suas próprias reacções e sentimentos o que o grupo está a comunicar e/ou o que um dos elementos do grupo possa estar a expressar em termos de vivência interna. Numa primeira parte é definido e ilustrado o conceito de contratransferência e os vários tipos de contratransferência segundo vários autores. Numa segunda parte é ilustrada a aplicabilidade deste conceito no setting grupal e a sua utilidade no manejo de situações mais frequentes nestes grupos de apoio, nomeadamente a angústia de morte, omedo de ser contagiado, a impotência, a raiva e a inveja.
O quinto capítulo é totalmente dedicado ás consequências nefastas que este tipo de trabalho continuado pode ter sobre os psicoterapeutas. È conceptualizado que os psicoterapeutas serão sujeitos a um processo de stress traumático secundário, socorrendo-se de conceitos tão variados como o de Burnout, Traumatização indirecta, Culpabilidade do sobrevivente, Anestesia psíquica, comcluindo-se que será importante e preventivo que cada psicoterapeuta tenha o apoio de um supervisor de grupo e também tenha o seu grupo de apoio.
É um livro que reflete a sua origens, nomeadamente na bibliografia que é quase na sua totalidade norte americana e na sua não filiação a uma escola de psicoterapia de grupo ou de grupanálise que lhe sirva de base inspiradora. Achamos que poderia ter havido uma melhor sistematização no que respeita á contratransferência e ao manejo de situações grupais típicas. Os capitulos dois e três em que são abordadas as questões práticas sobre a formação de um grupo e as situações mais importantes neste tipo de grupo deixa o leitor/futuro psicoterapeuta de grupo de sobreaviso para estas situações evitando ser apanhado desprevenido. Para quem já tem treino em psicoterapia de grupo este livro é válido sobretudo como uma experiência partilhada em que o terceiro capítulo é aquele que oferece maior novidade ao destacar as angústias mais frequentes vividas por seropositivos, mas que provavelmente e com a excepção dos sinais de demênciação todas terão a ver com a angústia e de morte e de separação.
Trouxemos hoje este livro com o intuito não só de o divulgar mas também de chamar a atenção para um vasto campo aonde os profissionais da saúde mental podem intervir. Lembrava que na instituição em que um de nós trabalha treze por cento das primeiras consultas são seropositivos subindo este número para trinta por cento se considerarmos só os que se injectam, isto é, um em cada três doentes quando chega á primeira consulta ou já sabe que é seropositivo ou fica a sabê-lo após os resultados dos exames analíticos. Se os números forem semelhantes nas outras instituições, representam um grande desafio não só aos responsáveis mas sobretudo aos técnicos. Que a leitura deste livro possa ser um modo de alguém iniciar uma intervenção psicoterapêutica junto destes doentes.
Apontadores
- Não há apontadores.